A intensidade com que São Tomé e Príncipe atinge os nossos sentidos é inversamente proporcional à sua escala geográfica, demográfica ou económica. Os olhos têm de se habituar a conviver com a natureza exuberante e com as carências da população. A humidade agarra-se-nos como uma segunda pele.
Foi a minha primeira viagem a África e espero que não tenha sido a última. Tomei as vacinas, comecei a profilaxia para a malária, coloquei na bagagem medicamentos, protetor solar, duas embalagens de repelente e muitas expetativas; tomei nota mental para não me esquecer de só beber água engarrafada (sou um pouco despreocupada com estas coisas) e embarquei num domingo de manhã.
São Tomé e Príncipe é um pequeno país, o segundo mais pequeno de toda a África, um ponto minúsculo perdido no mapa do Golfo da Guiné, um David defronte de Golias como a Nigéria, os Camarões ou o Gabão. É um estado insular composto por duas ilhas principais (a Ilha de São Tomé e a Ilha do Príncipe) e por várias ilhotas; e onde vivem cerca de 200 mil pessoas, cerca de metade das que vivem no município de Sintra, só para dar um exemplo que nos sirva aqui de régua. …
Em São Tomé e Príncipe come-se bem, sobretudo peixe e marisco (como o maravilhoso peixe andala, peixe azeite ou charuteiro, corvina, polvo ou choco). As doses são normalmente generosas e os acompanhamentos típicos são banana-pão frita, fruta-pão e matabala (parecida ao inhame) cozidas ou também fritas. Bebam a cerveja nacional, Rosema, servida numa garrafa sem rótulo, e procurem café local. Comam bananas, há imensas variedades diferentes, e jaca, que é absolutamente deliciosa. Visitem a fábrica de chocolate Claudio Corallo, fiquem a conhecer um pouco sobre o trabalho que desenvolve nas plantações de cacau e de café, façam a prova de degustação e não saiam de lá sem comprar um dos melhores chocolates do mundo ou o lote de café que mistura três variedades antigas de Arábica.